quarta-feira, novembro 23, 2005

Escuto... no silêncio

Escuto palavras que doem até a alma de quem julga,
Escuto mentiras tornadas verdade por quem mente,
Escuto a ávida dor que me torna presente,
Escuto em sórdidas mágoas,
E aglomerados de ventos ausentes,
Os tornados, dos exigentes.
Escuto caminhos seguidos por mim prá morte,
Escuto tantas injúrias porque um dia fui feliz.
Escuto promessas que não passam de palavras;
Escuto as minhas lágrimas,
E amontoados de presenças ocultas,
Na ausência, em proferída clemência.
Escuto o silêncio que passo a passo eu deixo,
Escuto em silêncio tudo o que voa, porque um dia já não havia,
Aquilo para o qual eu nascia,
Com as aves a voar,
As águas a dançar,
O Sol a nascer,
E as flores a brilhar.
Escuto as palavras proferidas por quem se diz vítima,
Da mórbida morte daquilo que já houve,
Apedrejando-me como se fosse minha culpa,
De ter vivido, um dia amado e ter sido rejeitado.
Escuto as mentiras ouvidas, as verdades escondidas,
Escuto os mares pararem por aquilo que é presente.
Escuto os ardores, os clamores e a persistência;
Escuto as dores,
E os vagos sentidos da paciência,
No silêncio, na solidão;
Porque um dia em silêncio fiquei,
Por aquilo que antes havia,
E alguém abriu a mao...

Vítor Zarro aka anjo_poeta
12/11/2004

*Um jovem de Nazaré que ainda vai dar que falar... *