quinta-feira, dezembro 15, 2005

Ordem das coisas

Hoje vou sair à rua
e bater com as portas do mundo...
Vou partir os vidros das janelas da vida,
Vou acenar-te do lado de fora
com uma doce lágrima de despedida,
vou caminhar descalça em cima de vidros
feliz por saber onde dói
e esquecer esta outra que entrou e me corrói...
Sem saber onde, como ou porquê
sem deixar morada,
ou bilhete de despedida,
sem limpar os pés à entrada,
sem data de chegada ou partida...
vou sentar-me a um canto
com a alma despida
rota, suja e ferida... vou ouvir o vento varrer o lixo,
vou rastejar pelo chão
à procura de abrigo
como se fosse um bicho...
Vou esburacar a terra
criar uma toca,
vou rasgar os muros
e partir as folhas,
vou secar o sol
e molhar a chuva,
vou trocar a ordem das coisas...
vou trocar o rumo à vida
e fazer uma chegada
dessa dura partida...

Lana...

*Uma menina que nasceu para brincar com as palavras...*

sábado, dezembro 10, 2005

Nada me pertence

Oh!
Que saudade.
Como queria ser criança
Correr ao vento
Sentir o sol a acariciar
A chuva a beijar...

A menina inocente
deu lugar à mulher
Sofrida
Desiludida

O sol queima
a chuva são lágrimas que não secam

Sonho com novos dias
De felicidade e amor

Um raio de sol aparece por entre as lágrimas de chuva

quero aprisioná-lo

Mas aprisionar o amor será amar?
Deixo que ele chegue
Não cobro o calor ou a carícia
Ele toca
Aquece
E parte

Como tudo na vida
Nada me pertence


Tucas 2004/11/09

*Ela está contigo e pertence-te, basta chamares. Muita luz...*

sexta-feira, dezembro 02, 2005

Dor

A dor arde nas minhas entranhas
lágrimas de sofrimento e revolta
as feridas continuam sangrando
O tempo corre veloz
e as memórias estão presentes
nesta alma estilhaçada
Os laços foram quebrados
a indiferença separou-nos
Eu sou a sombra de alguém.
Quero sorrir, e vibrar
com ecos em gargalhada
derreter esta maldita dor
o meu sangue gela, e o coração endurece
mas a mágoa, perdurará para sempre.

singularidade

quarta-feira, novembro 23, 2005

Escuto... no silêncio

Escuto palavras que doem até a alma de quem julga,
Escuto mentiras tornadas verdade por quem mente,
Escuto a ávida dor que me torna presente,
Escuto em sórdidas mágoas,
E aglomerados de ventos ausentes,
Os tornados, dos exigentes.
Escuto caminhos seguidos por mim prá morte,
Escuto tantas injúrias porque um dia fui feliz.
Escuto promessas que não passam de palavras;
Escuto as minhas lágrimas,
E amontoados de presenças ocultas,
Na ausência, em proferída clemência.
Escuto o silêncio que passo a passo eu deixo,
Escuto em silêncio tudo o que voa, porque um dia já não havia,
Aquilo para o qual eu nascia,
Com as aves a voar,
As águas a dançar,
O Sol a nascer,
E as flores a brilhar.
Escuto as palavras proferidas por quem se diz vítima,
Da mórbida morte daquilo que já houve,
Apedrejando-me como se fosse minha culpa,
De ter vivido, um dia amado e ter sido rejeitado.
Escuto as mentiras ouvidas, as verdades escondidas,
Escuto os mares pararem por aquilo que é presente.
Escuto os ardores, os clamores e a persistência;
Escuto as dores,
E os vagos sentidos da paciência,
No silêncio, na solidão;
Porque um dia em silêncio fiquei,
Por aquilo que antes havia,
E alguém abriu a mao...

Vítor Zarro aka anjo_poeta
12/11/2004

*Um jovem de Nazaré que ainda vai dar que falar... *

quinta-feira, outubro 27, 2005

O meu abrigo...

Olha para mim
Deixa voar os sonhos
Deixa acalmar a tormenta
Senta-te um pouco aí

Fica no meu abrigo
Dorme no meu abraço
E conta comigo
Que eu estarei aqui

Enquanto anoitece,
Enquanto escurece
E os brilhos do mundo
Cintilam em nós
Enquanto tu sentes
Que se quebrou tudo
Eu estarei
Sempre que te sentires só

Olha para mim
Hoje não há batalhas
Hoje não há tristeza
Deixa sair o sol

Olha para mim
Fica no meu abrigo
Perde-te nos teus sonhos
E conta comigo...

Mafalda Veiga

*E assim se dá início a um novo blog... Esperamos ter alguma receptividade por vossa parte. Bem Hajam*