terça-feira, setembro 09, 2008

Abrigo...



Abrigo-me de ti
Abrigo-me do tempo
Do espaço entre nós
Barreira de vento

Abraço teu
Entrelaçar meu
Quebramos o gelo
Que teima em envolvê-lo

Desejo nosso
Transparece a alma
Canto nos altos
P’ra que nos céus nos ouçam

Sentimos-te por perto
Num calor inconfundível
Em que nos enrolamos nas ondas
De uma coberta suave
Abraçando-nos com força
Num aperto de ternura
Tão grande que nos extasia
Num sorriso aberto dizemos:

Meu querido abrigo!

Joana.

[Imagem: Desconheço o autor]

quarta-feira, abril 23, 2008

Não escrevo.



Não sei mais que escrever
já escrevi sobre a noite
sobre o dia
também sobre ti
e sobre mim.
Escrevi sobre o que gosto
o que não gosto
os desejos
e medos.
Escrevi a chorar
por chorar
e por amar.
Escrevi por necessidade
por querer desabafar.
As letras são o meu escape
o meu ombro amigo, quem me compreende.

Filipe aka Virtual

[Imagem: Desconheço o autor]

quinta-feira, janeiro 17, 2008

Acontecimento...



Tu choravas e eu ia apagando
com os meus beijos os rastos das tuas lágrimas
- riscos na areia mole e quente do teu rosto.
Choravas como quem se procura.
E eu descobria mundos, inventava nomes,
enquanto ia espremendo com as mãos
o meu sangue todo no teu sangue.

Não sei se o mundo existia e nós existíamos realmente.
Sei que tudo estava suspenso,
esperando não sei que grave acontecimento,
e que milhares de insectos paravam e
zumbiam nos meus sentidos.
Só a minha boca era uma abelha inquieta
percorrendo e picando o teu corpo de beijos.

Depois só dei pela manhã,
a manhã atrevida
entrando devagar, muito devagar e acordando-me.
Desviei os meus olhos para ti:
ao longo do teu corpo morriam as estrelas.
A noite partira. E, lentamente,
o sol rompeu no céu da tua boca.


Albano Martins

[Imagem: Desconheço o autor]