Deponho no processo do meu crime.
Sou testemunha
E réu
E vítima
E juiz
Juro
Que havia um muro,
E na face do muro uma palavra a giz.
MERDA! – lembro-me bem.
– Crianças......
– disse alguém que ia a passar.
Mas voltei novamente a soletar
O vocábulo indecente,
E de repente
Como quem adivinha,
Numa tristeza já de penitente
Vi que a letra era minha.....
Miguel Torga
[Imagem:Desconheço o autor]
4 comentários:
gostei do Torga e não conhecia este poema
Parabens pela escolha
A consciência de si próprio, às vezes, provoca choques. :P
Gosto muito de Miguel Torga :) Este blog esta muito bonito, a imagem que o caracteriza esta muito bem escolhida :)
Torga! Sempre perfeito. :)
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