quarta-feira, março 29, 2006

Onde estou?



Procurando por mim
desço a escada misteriosa,
que me leva, ao fundo do meu peito,
mantendo os soluços submersos,
vejo, toda a dor no meu mundo,
reflectida nos meus olhos.
Onde estou?
Só sinto o frio, o silencio profundo,
embalando-me a alma, em ruínas,
de mãos caídas,
assisto impotente, à morte dos sonhos,
remexo nas minhas feridas,
tentando desesperadamente curar,
o que já não têm cura.
A minha alma agita-se,
como uma folha de papel ao vento,
olho para trás e desejo correr,
em busca do tempo perdido,
mas já é tarde…
Acaricio então, as minhas lembranças
gritando para dentro, sem poder evitar
subitamente encontro-me, pergunto,
Ainda sou eu?
Sou, mas está tanto frio aqui,
fecho os olhos devagar,
as lágrimas explodem agora,
como palavras inúteis,
num poema ao silencio.
Agora,
sinto medo,
o medo da certeza,
de que quando a noite cair,
este deserto em ruínas,
ficará ainda maior.

Maria aka Marciana

[Imagem: Desconheço o autor]

3 comentários:

Teresa lucas disse...

gostei marciana.
Volta depressa que estamos com saudades tuas. beijinhos linda

Anónimo disse...

Marciii vê lá se te pões boa depressinha q isto assim nao tá com nada pah! Tás a fazer falta no clã :P
Beijinho, até breve... moçita :) **

Anónimo disse...

Nunca é tarde e o tempo , de facto, nunca é perdido. É tempo de aprendizagem e sempre proveitoso se dele se tirou algum ensinamento e coragem para continuar sem olhar para trás. Já a minha avozinha dizia « não vale a pena chorar por leite derramado».
:)