quinta-feira, maio 25, 2006

Súplica...



Agora que o silêncio é um mar sem ondas,
E que nele posso navegar sem rumo,
Não respondas
Às urgentes perguntas
Que te fiz.
Deixa-me ser feliz
Assim,
Já tão longe de ti como de mim.

Perde-se a vida a desejá-la tanto.
Só soubemos sofrer, enquanto
O nosso amor
Durou.
Mas o tempo passou,
Há calmaria...
Não perturbes a paz que me foi dada.
Ouvir de novo a tua voz seria
Matar a sede com água salgada.

Miguel Torga

[Imagem: Joana Lorça]

3 comentários:

Anónimo disse...

Andava eu distraida a navegar quando este poema me veio parar às maozitas e txaramm!! Aqui está ele...adorei :)

Anónimo disse...

Também adorei e não dorei:) É assim a vida, tudo tem verso e reverso....:P

Anónimo disse...

Como diz um amigo meu: 'C'est la vie e la vie est fodie' :pp